Ata do Copom: nossa visão

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

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Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista-chefe Felipe Salles, sobre a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgada nesta terça-feira (28).

Copom mantém tom duro

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (28) a ata das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 21 e 22 de março, apresentando mais detalhes sobre os rumos da política monetária. O texto foi didático ao detalhar e esclarecer os mecanismos de política monetária.

O Comitê continuou dando ênfase à elevação das expectativas de inflação, em especial as de prazos mais longos, afirmando que este movimento está “em parte relacionado ao questionamento sobre uma possível alteração das metas de inflação futuras”. Nesse sentido, ele afirmou que “as alterações nas projeções de inflação do Copom seguem sendo primordialmente afetadas pelas alterações nas expectativas, tal como na última reunião”.

Sobre o cenário fiscal, o Comitê reconheceu que “o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da Fazenda, […], atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”. Adicionou que “a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno”. Entretanto, frisou que “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal”.

O texto mostra preocupação sobre uma possível elevação da taxa neutra de juros, afirmando que “novamente avaliou a possibilidade de incorporar alguma elevação em sua estimativa de taxa neutra de juros” e que “optou, neste momento, por manter a taxa neutra de juros em 4%”.  Ele esclareceu que “ao avaliar os fatores que poderiam levar à materialização de cenário alternativo caracterizado por uma taxa de juros neutra mais elevada, enfatizou-se a possível adoção de políticas parafiscais expansionistas, que têm o potencial de elevar a taxa neutra e diminuir a potência da política monetária”.

Por último, conforme sinalizado no comunicado da semana passada, o texto reiterou que o “Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”. O Comitê reforça que “a execução da política monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária.” Com isso, ele sugere que a Selic deve, no mínimo, ficar estável em 13,75% até 2024.

Em suma, o comunicado sugere que o Banco Central manterá a Selic em 13,75% ao ano por período prolongado e não deu abertura para corte de juros no futuro próximo.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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