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Resumo semanal: Brasil – inflação de serviços segue elevada

Confira as principais notícias da semana (21/10 – 25/10), segundo a avaliação da equipe econômica do C6 Bank. Leia a íntegra do relatório

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Internacional

Estados Unidos: atividade moderada

Bens duráveis e de capital seguem em leve expansão. O núcleo dos pedidos de bens duráveis, que exclui o setor de transportes, subiu 0,4% em setembro, segundo o relatório do Departamento do Comércio dos Estados Unidos. O núcleo dos pedidos de bens de capital, que exclui aeronaves e equipamentos de defesa, aumentou 0,5% no período.

O setor imobiliário permanece fraco. As vendas de casas novas aumentaram 4,1% em setembro frente ao mês anterior, depois de uma queda expressiva em agosto, segundo dados divulgados pelo Departamento do Comércio. Já as vendas de casas usadas, que representam mais de 80% do total negociado no mercado imobiliário, registraram queda de 1% em setembro. No geral, as vendas de imóveis seguem em um dos menores patamares desde 2010. Os preços e as taxas elevadas de hipoteca contribuem para que as vendas do setor permaneçam abaixo do nível pré-pandemia.

Setor de serviços continua robusto, mas manufaturas em baixa. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que inclui o setor de manufaturas e serviços, apresentou um resultado acima do esperado, 54,3 pontos em outubro. O índice reflete uma contínua expansão no setor de serviços (55,3), enquanto o setor de manufaturas segue retraindo (47,8).

Em relatório semanal, os pedidos iniciais de seguro-desemprego registraram queda e continuam em níveis baixos para padrões históricos, em 227 mil na semana encerrada em 19 de outubro.

Europa: dados reiteram fraqueza na atividade da região

A atividade segue fraca em outubro. De acordo com as prévias do PMI, o setor de serviços segue em expansão (51,2), enquanto o setor de manufaturas segue em retração (45,9) pelo vigésimo oitavo mês consecutivo. O PMI composto, que inclui ambos os setores, permanece em patamar levemente contracionista (49,7). A composição do índice composto mostrou contínua retração na demanda, queda na produção manufatureira, redução do emprego e aumento na pressão sobre os preços no mês. Entre as maiores economias do bloco, o PMI da Alemanha permaneceu em contração (48,4), com contração em manufaturas (42,6) mas leve expansão em serviços (51,4). O PMI da França também registrou contração (47,3), com contração em manufaturas (44,5) e serviços (48,3).

No Reino Unido, o indicador de atividade segue sinalizando expansão. A prévia do PMI Composto registrou 51,7 pontos, permanecendo acima de 50 pelo décimo segundo mês seguido. O setor de serviços (51,8) e o de manufaturas (50,3) registraram crescimento mais moderado em outubro. O emprego registrou contração em ambos os setores. Pressões inflacionárias aumentaram.

China: estímulos graduais do PBoC

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) cortou as taxas de juros de referência para empréstimos a famílias e empresas em 25 pontos-base, mais que o esperado, após manter os juros estáveis nas últimas duas decisões. A Loan Prime Rate (LPR, na sigla em inglês) com prazo de 1 ano foi para 3,1% e a LPR de 5 anos para 3,6%. Em outra decisão desta semana, o PBoC decidiu manter estável a taxa de financiamento ao setor financeiro. A taxa de juros de médio prazo (MLP, na sigla em inglês) permaneceu estável em 2%, após corte na reunião anterior. Apesar de sinais de desaceleração da atividade e contínuo encolhimento do setor imobiliário, o PBoC tem agido com cautela, de acordo com as orientações da liderança do partido comunista. O governo chinês costuma preferir apoiar a economia com ajustes direcionados a setores específicos que apresentam dificuldade.

Commodities: petróleo em compasso de espera

O conflito entre Israel e Hamas completou um ano. A tensão na região segue alta. Israel continua com ataques ao Líbano, onde o grupo extremista Hezbollah é baseado. Um potencial ataque de Israel ao Irã, como retaliação ao ataque iraniano, é esperado. A crise geopolítica na região deve demorar algum tempo.

O preço futuro do petróleo (Brent) permaneceu praticamente estável entre 17/10 e 24/10, fechando a semana próximo de 75 dólares por barril. Em geral, o preço da commodity segue pressionado pela tensão no Oriente Médio.

Os preços futuros de grãos apresentaram dados mistos. O preço da soja, do milho e do trigo registraram variação de 0,8%, 3,6% e -1,4%, respectivamente. A queda nos preços de trigo, que destoou da tendência das demais, se deve à previsão de clima mais favorável nos Estados Unidos e na Austrália, dois importantes produtores, além da continuidade das exportações de trigo provenientes do Leste Europeu.

Brasil

Focus: juros mais altos em 2025

As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador de inflação oficial do país, subiram para 2024 (de 4,39% para 4,50%) e para 2025 (de 3,96% para 3,99%). Para 2026, não houve alterações (3,6%). O número esperado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta para 2024 (de 3,01% para 3,05%) e não foi alterado para 2025 (1,93%). A taxa Selic segue em 11,75% para 2024, passou de 11% para 11,25% ao final de 2025 e permaneceu em 9,5% para o final de 2026. As projeções estão no Boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne a expectativa das instituições financeiras em relação aos principais indicadores econômicos do país.

Inflação: IPCA-15 acelera em 12 meses

O IPCA-15 de outubro registrou alta de 0,54%, acima da nossa projeção (0,47%) e do consenso de mercado (0,50%). Em doze meses, o índice está em 4,47%, um número superior ao mês anterior (4,12%). A surpresa no mês atingiu, de forma disseminada, vários componentes da inflação. O principal deles foi a inflação de serviços subjacentes, que teve uma elevação de 0,59% ante uma projeção de 0,39% do mercado. Outros itens do IPCA-15 também vieram acima do esperado – caso da alimentação no domicílio, bens industriais e preços monitorados. A média dos núcleos da inflação, que é uma medida mais limpa da tendência dos preços, calculada pelo Banco Central, está em 3,8% em doze meses, acima dos 3,6% registrados em setembro. Nesta mesma métrica, serviços estão em 4,4% e bens industriais em 1,6%. Nas nossas projeções, o IPCA acumulado em doze meses deve encerrar 2024 em 4,7%. Para 2025, nossa previsão é que a inflação fique em 4,8%.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles                   Head

Claudia Moreno      Head Brasil

Claudia Rodrigues    Head Internacional

Felipe Mecchi               Internacional

Heliezer Jacob            Brasil

Este relatório foi preparado pelo Banco C6 S.A.

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