A sigla para Ambiente, Social e Governança Corporativa está cada vez mais presente no mercado; saiba mais sobre seu significado e importância no mundo corporativo
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A sigla para Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) vem ganhando muita relevância no mundo corporativo nos últimos anos. Ela nada mais é do que um conjunto de políticas pensado para orientar empresas, investimentos e até mesmo o consumo voltado para a sustentabilidade.
Segundo o estudo de Sustentabilidade na Agenda das Lideranças, realizado pela empresa de tecnologia SAP com mais de 400 executivos nos mercados da Argentina, Brasil, Colômbia e México, o número de instituições latino-americanas que adotaram ou aceleraram estratégias sustentáveis chegou a 69% em 2022, ante 46% em 2021.
Além disso, 30% das companhias admitem ter acrescentado mais pilares relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) nos últimos 12 meses. Já 15% dos participantes da pesquisa afirmaram ter colocado em prática as iniciativas sustentáveis propostas no ano anterior. Por fim, 40% esperam aumentar os investimentos em sustentabilidade em 2022 em relação a 2021, enquanto 51% planejam manter os esforços.
Dentre as estratégias de ESG apontadas como foco na pesquisa estão Diversidade e Inclusão (D&I), cadeia de valores socialmente responsáveis, redução da pegada de carbono e economia circular.
O estudo, além de ressaltar a importância da combinação entre rentabilidade e sustentabilidade, demonstra que as empresas estão adotando cada vez mais o triple bottom line – pessoas, planeta e receita.
"Em 2021, nossa operação cresceu e as emissões de carbono refletiram isso. Temos o compromisso de reduzir e compensar todas as emissões remanescentes decorrentes dessa atividade e escolhemos fazer isso com um projeto socioambiental que vai além da reposição de cobertura verde e que contempla o desenvolvimento de uma região e sua população", diz Alexandra Pain, head de marketing e impacto social do C6 Bank.
Pensando em explicar melhor o que significa ESG, além de destacar suas vantagens e dicas para implementação nas empresas, o C6 Bank preparou este texto. Nele, você encontrará respostas para as seguintes questões:
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ESG significa em inglês Environmental, Social and Governance, que, em português, se traduz em Ambiente, Social e Governança Corporativa.
Como pressuposto pelo nome, os princípios ESG têm como objetivo principal buscar nas empresas o desenvolvimento sustentável em harmonia com o ambiente, desenvolver ações com a sociedade (em conjunto com colaboradores e consumidores) e garantir os direitos dos acionistas através das regras da governança corporativa.
O termo ESG foi criado no mercado financeiro para representar diversos fatores que, se colocados em prática de forma correta, podem atrair a atenção de investidores e capital para as empresas.
A primeira vez que os critérios ESG começaram a ser mencionados e colocados em prática foi em 2004, quando as Nações Unidas reuniram um grupo com os principais investidores institucionais do mundo para discutir o desenvolvimento de diretrizes para investimentos.
Dessa forma, surgiram os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), que servem de referência para os investidores tomarem suas decisões, levando em consideração critérios ambientais, sociais, de governança corporativa e econômicos.
De lá pra cá, as principais bolsas de valores de todo o mundo criaram índices de sustentabilidade para qualificar empresas com boas práticas ESG e que tenham uma gestão responsável. Para integrar essas carteiras, as empresas precisam apresentar evidências das práticas de gestão dos aspectos ESG, permitindo que investidores possam avaliar possíveis riscos ligados a essas questões.
No Brasil, em 2000, foi criado o Novo Mercado, uma listagem de empresas brasileiras que possuem alto grau de governança corporativa. As organizações que compõem a lista aplicam medidas legalmente obrigatórias no seu dia a dia e aderem práticas diferenciadas de governança, de forma voluntária.
Nos últimos anos, o Fórum Econômico Mundial tem atribuído mais atenção para os riscos à economia decorrente de questões ambientais e sociais (mudanças climáticas e pandemias).
James Gifford, economista que fundou o PRI, resumiu ESG como “apenas um subgrupo inserido no contexto maior do investimento sustentável”. Além disso, ele explicou que algumas pessoas usam o termo de maneira mais ampla, porém o ponto central do ESG é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos.
A melhor forma de entender os indicadores ESG e de compreender como eles funcionam ao serem colocados em prática nas empresas é destrinchar a sigla e analisar cada letra. Confira a seguir:
Esta letra designa os indicadores ambientais. Ela é de extrema importância, pois ressalta que a única maneira de garantir equilíbrio e recursos essenciais para a manutenção da vida e das nossas atividades, produtos e serviços é respeitar os limites do planeta.
Toda empresa necessita de recursos naturais, como a energia, e precisa estar atenta aos riscos de escassez, além de buscar alternativas à utilização de recursos não renováveis. Porém, em contrapartida, as organizações também produzem impactos que podem afetar o equilíbrio ambiental, como a emissão de gases de efeito estufa.
Dessa forma, para minimizar os danos, a melhor alternativa é que as instituições coloquem em prática os 5R: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
A segunda letra da sigla ESG está diretamente relacionada às pessoas que afetam ou são afetadas pelas atividades de uma organização. Ou seja, ela se refere diretamente aos stakeholders.
É possível dividir esse público em três partes:
A Governança Corporativa, representada pela última letra da sigla, refere-se à estrutura de uma organização e à implementação de regras, normas, protocolos e políticas.
A finalidade deste tipo de governança é preservar o valor da empresa e a sustentabilidade, equilibrando o interesse dos stakeholders. Para isso, ela deve ser integrada à estratégia e ajudar a instituição a medir riscos e oportunidades.
As boas práticas de governança corporativa para empresas são determinadas por organizações nacionais e internacionais. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) , uma boa GC deve adotar 4 princípios básicos:
Com a aplicação destes 4 princípios é possível identificar uma empresa mais saudável, mais preparada para enfrentar riscos e obter bons resultados.
Existem 3 motivos principais que podem traduzir a importância das ações ESG globais dentro de uma empresa: reduzir riscos, ter uma missão mais alinhada ao bem-estar da sociedade, atrair investimentos e aumentar a rentabilidade.
O objetivo de reduzir riscos está diretamente ligado também à redução do custo de capital. Ele pode ser atingido através das práticas ESG pensadas para reduzir o risco legal e regulatório de receber multas ambientais, por exemplo, além de fazer com que os colaboradores sejam mais valorizados e tenham uma melhor relação com a empresa.
A finalidade de criar uma missão empresarial na qual haja um alinhamento ao bem-estar da sociedade e do planeja é essencial. Isso porque os empresários não buscam apenas a finalidade de atingir metas corporativas, mas também as coletivas, para assim fornecer melhor qualidade de vida para toda a comunidade que é impactada pelo seu trabalho.
Já a atração de investimentos é um dos fatores que mais incentiva as corporações a adotarem as boas práticas de ESG. Isso porque, com o passar dos anos, foi possível observar que investidores estão mais inclinados a destinar capital às organizações que internalizam a agenda. Além disso, graças à governança corporativa e mecanismos de auditoria externa e interna e de compliance, espera-se uma redução de desvios de capital, suborno e corrupção.
Por fim, mais empresas passaram a adotar as práticas ESG para aumentar a rentabilidade. Isso porque, através das ações é possível ter um maior controle financeiro e, consequentemente, um melhor preparo para atingir rentabilidades maiores.
Justamente devido ao fato de estar ganhando ainda mais presença nas empresas, é possível listar diversas vantagens para as ações ESG. Confira a seguir algumas delas:
Hoje em dia, é possível encontrar empresas que oferecem grande impacto à sociedade. Há, inclusive, algumas que são maiores do que o Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países. Com isso, tornou-se ainda mais relevante as responsabilidades com a sociedade.
Antigamente, de acordo com o conceito de capitalismo de Milton Friedman, economista ganhador do Prêmio Nobel, o principal objetivo de uma companhia era o lucro. Porém, com a popularização do ESG, o principal fator passa a ser a geração de valor para todas as partes interessadas na empresa (os stakeholders).
A comprovação disso está no fato de que mais empresas brasileiras estão submetendo seus resultados, indicadores e estratégias ambientais ao Carbon Disclosure Project (CDP), uma organização sem fins lucrativos existente há 22 anos que compila e analisa dados relacionados à diminuição das mudanças climáticas.
Segundo levantamento feito pelo CDP Latin America, divulgado pelo Prática ESG, houve um aumento em 2021 de 46% no número de empresas brasileiras que relataram informações acerca do compromisso com o meio ambiente. Do total das instituições que participaram do levantamento, 32% reportaram que a agenda ESG entrou no radar do setor corporativo pela primeira vez.
Robert Edward Freeman, filósofo e professor norte-americano, foi o responsável por formular o modelo de stakeholders ou partes interessadas.
Nele, a estratégia de geração de valor da empresa inclui todos os interessados, diferente do modelo tradicional que é voltado apenas para os proprietários e acionistas.
Os stakeholders, portanto, são pessoas ou organizações afetadas pelas atividades da empresa no curto ou longo prazo. Eles podem ser primários ou secundários, o que indica o grau de dependência.
Os investidores, clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes e proprietários possuem maior poder de interferência direta dentro da organização. Por isso, eles fazem parte dos stakeholders primários.
Imprensa, comunidade, analistas financeiros, governo, Organizações não governamentais (ONG) e outras instituições se encaixam no grupo de stakeholders secundários. Isso porque este grupo é impactado e tem uma relação com a empresa, porém não é essencial para que ela consiga alcançar objetivos e metas planejadas.
Vale ressaltar que o modelo de stakeholders olha para além do retorno financeiro dos funcionários, clientes, sociedade e meio ambiente. Integrando, assim, os valores financeiros aos sociais e ambientas, que são as três dimensões do tripé da sustentabilidade.
Dialogar com os stakeholders, portanto, é uma ação que considera a diversidade e é essencial para uma boa gestão de ESG.
Existem 4 fatores essenciais para a implementação do ESG. São eles:
Devido à crescente popularidade das práticas ESG, foram criados e adotados índices ESG. Com eles, é possível analisar e avaliar as companhias que estão adotando as melhores práticas.
Os índices ESG da B3, a Bolsa de Valores Brasileira, foram criados para conseguir mensurar e selecionar as companhias que adotam as melhores práticas de sustentabilidade, posicionamento social e governança corporativa.
Com estes índices, os investidores podem acompanhar a performance de cada organização na bolsa de valores, para aquelas que possuem capital aberto, além de conseguir investir em fundos ESG passivos, os ETF (Exchange Traded Funds) que alocam capital apenas em companhias aliadas a práticas ESG.
Os principais índices ESG do mercado brasileiro são:
O C6 Bank tem diversas iniciativas sustentáveis, tendo um compromisso com a transparência financeira e com o meio ambiente.
Uma dessas iniciativas é o cartão Acqua, o primeiro cartão biodegradável do Brasil. Criado pensando em diminuir o impacto do plástico no planeta, é feito a partir do milho.
Alexandra Pain, head de marketing e impacto social do banco, explica que o cartão faz parte de um projeto muito maior, zelando pela vida do planeta e mudando os hábitos da sociedade. “O lançamento do Acqua é parte de um projeto muito maior que começou a ser traçado já na criação do C6 Bank. Entendemos que é dever de toda empresa, e de toda a sociedade, zelar pela vida do planeta e garantir o futuro das próximas gerações por meio de iniciativas que incentivem mudanças de hábitos, mas também que contribuam de forma prática com a preservação da biodiversidade”.
Outra é o compromisso em zerar as emissões de carbono. O C6 Bank recebeu o selo de carbono neutro por compensar as emissões decorrentes da sua operação em 2021. Neste mesmo ano, empresas da Carbon Holding, grupo do qual o banco faz parte, emitiram 1.115 toneladas de CO2, que foram compensadas com a aquisição de créditos de carbono.
Na C6 Store, por exemplo, é possível doar ao Instituto Terra, instituição de preservação ambiental fundada por Lélia Wanick e Sebastião Salgado que trabalha pela restauração do ecossistema da Mata Atlântica.
Outra iniciativa sustentável é algo que acontece na própria sede do C6 Bank, localizada na cidade de São Paulo. O edifício tem alta eficiência comprovada pela certificação Leadership in Energy & Environmental Design (LEED) , desenvolvida pelo Conselho de Construção Verde dos Estados Unidos.
Em 2021, o C6 Bank se associou ao Instituto Ethos, se tornando o primeiro banco a estabelecer este tipo de parceria. O objetivo principal foi mobilizar, sensibilizar e apoiar empresas na gestão responsável de negócios. Dessa forma, passou a integrar a Rede Brasil do Pacto Global, idealizada pela ONU e composta por mais de 12 mil empresas e 4 mil organizações não empresariais.
Por fim, a instituição financeira se comprometeu a plantar 25 mil árvores até o final de 2022 como parte da iniciativa da Coalização Planeta Priceless. O objetivo final é plantar 100 milhões de árvores no mundo em cinco anos.
Os fundos ESG são um tipo de investimento que deve ser levado a sério e observado de perto.
Dentre as vantagens de um fundo está a possibilidade de realizar aportes mais acessíveis. Vale também destacar que os fundos são administrados por profissionais especializados na gestão de patrimônio, dando mais segurança ao investidor. Outra vantagem é a possibilidade de diversificar a carteira de investimentos, reduzindo os riscos.
Os fundos ESG se enquadram na categoria de ações e multimercados. Eles são uma ótima alternativa para pessoas que buscam uma boa rentabilidade atrelada a companhias socialmente e ambientalmente responsáveis.
O aporte nos fundos ESG deve ser feito através da conta do investidor, corretora de valores ou até mesmo em um banco de investimentos.
Além disso, é necessário realizar o suitability, teste do perfil de investidor para entender se os riscos deste tipo de investimento estão alinhados com as suas metas financeiras.
O C6 Invest é a plataforma de investimentos do C6 Bank. Nela, é possível escolher produtos financeiros para colocar o dinheiro de acordo com o perfil do investidor.
Para começar a investir, basta acessar o app do C6 Bank. Aprenda como nesse passo a passo:
Assim será possível visualizar as opções disponíveis: BEGE39, BSUS39, ESGB11, ESGD11, ESGE11 e ESGU11. É só clicar no investimento desejado e seguir o passo a passo do app.
Agora você conhece melhor tudo o que está por trás da sigla ESG e pode acompanhar de perto o que as empresas estão fazendo pelos pilares do meio ambiente, social e governança corporativa. Caso queira se envolver ainda mais na causa, pode apostar nos investimentos em fundos ESG, que devem ser feitos sempre levando em consideração os índices, garantindo um investimento certeiro em empresas que estão crescendo neste ramo.
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