A economia comportamental é um campo de estudo relativamente recente, cujo objetivo é estudar os impactos de fatores psicológicos e emocionais na economia
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A economia comportamental é um campo que tem como objeto de estudo os impactos de fatores psicológicos, sociais, cognitivos, emocionais e econômicos no mercado e nas decisões tomadas por indivíduos ou instituições.
Neste post, vamos falar um pouco mais sobre essa área, bem como dar alguns exemplos de aplicações da economia comportamental e mostrar como você pode usá-la para tomar melhores decisões.
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Como mencionamos, a economia comportamental estuda o comportamento econômico das pessoas e os fatores que têm impacto sobre ele.
Embora a área econômica esteja repleta de dados exatos e respostas únicas, há dentro dela uma presença humana que não segue o mesmo preceito. Pessoas nem sempre tomarão as decisões economicamente mais lucrativas ou vantajosas — muitas vezes, fazemos escolhas baseadas em emoções ou tendências, que podem não ser totalmente racionais.
Nesse sentido, a economia comportamental surgiu com o intuito de unir as descobertas da psicologia com a economia, a fim de criar modelos que descrevam de maneira mais realista as escolhas das pessoas.
É um campo de estudo relativamente recente: os primeiros estudos a fazerem uso mais dedicado da psicologia cognitiva para explicar divergências e anomalias no processo de tomada de decisão têm cerca de 50 anos.
Dois trabalhos, especificamente, são considerados grandes marcos da economia comportamental: o primeiro, chamado de Teoria da Perspectiva, é de autoria dos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky e busca descrever de maneira mais realista o processo de decisão dos agentes corrigindo e explicando anomalias detectadas na teoria econômica tradicional.
O segundo é o trabalho do economista Richard Thaler, chamado “Toward a Positive Theory of Consumer Choice” (Rumo a uma Teoria Positiva de Escolha do Consumidor, em tradução livre), publicado já em 1980. Nele, o autor descreve uma série de anomalias não explicadas pelas áreas mais populares e estabelecidas da economia, abrindo um novo campo de estudo. Em 2017, o Thalerchegou a receber um Nobel de Ciências Econômicas por suas contribuições à economia comportamental.
Ela vai bem além das teorias. Tanto para quem quer montar um planejamento financeiro melhor quanto para alguém que investe na Bolsa de Valores, a economia comportamental pode trazer aprendizados importantes.
Ao identificar padrões de comportamento, torna-se possível aprender com eles e se treinar para fazer escolhas melhores no futuro.
Um bom exemplo dessa relação da com finanças e investimentos pôde ser visto quando falamos de bear market aqui no blog. Nesse post, mencionamos como muitos investidores se deixam levar por um efeito manada durante a fase de pânico do mercado, o que faz com que uma grande quantidade de pessoas saia no prejuízo.
Essa movimentação não é fundamentada em dados ou em um planejamento: reflete uma influência emocional, em que as pessoas buscam confirmação das suas crenças na atitude de outros indivíduos. A economia comportamental também explica muitos outros comportamentos, sendo uma área de estudo bastante extensa.
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