O que é Copom e quem faz parte do órgão?

Copom é a sigla para Comitê de Política Monetária, entidade responsável por definir a taxa básica de juros

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Comitê de Política Monetária – Copom é um órgão presente na vida dos brasileiros. Isso porque ele é responsável por definir a taxa básica de juros (Selic) da economia, que reflete em todos os produtos e serviços presentes no dia a dia.  

Além disso, todas as alterações do Copom na taxa de juros influenciam diretamente no poder de compra da população e na quantidade de dinheiro em circulação na economia. Isso porque a grande maioria das pessoas, em especial empresários, com a alta da Selic, acaba guardando o dinheiro ao invés de gastá-lo.

As decisões tomadas pelo Copom impactam, ainda, as operações de crédito. A justificativa é que com a alta da taxa Selic, as pessoas evitam contratar empréstimos já que os juros ficam mais altos.

Pensando em explicar melhor o que é Copom, como funcionam suas reuniões e quais dados são levados em consideração para definir a Selic, o C6 Bank preparou este texto. Nele, você encontrará respostas para as seguintes questões:

  • O que é Copom?
  • Quem faz parte do Copom?
  • Qual a relação entre Copom e taxa Selic?
  • Calendário de reuniões do Copom
  • Como funcionam as reuniões do Copom?
  • O que o Copom considera em suas decisões?
  • Histórico Copom
  • Reunião Copom: aumento na taxa Selic para 13,75%
  • Como funciona o período pós-reunião?
  • Como o Copom influencia os investimentos?
  • Como os economistas do C6 Bank analisam as atas das reuniões do Copom? 
  • Como são feitas as projeções do C6 Bank antes das reuniões?

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O que é Copom? 

Copom é a sigla para Comitê de Política Monetária, órgão do Banco Central. Criado em 20 de junho de 1996. Ele é formado por um Presidente e diretores que, a cada 45 dias, definem a Selic.  

Há, nos Estados Unidos, um órgão semelhante que é o Federal Open Market Committee (FOMC), pertencente ao banco central americano (Federal Reserve – FED). Já na Alemanha o órgão recebeu o nome de Central Bank Council, sendo conectado ao banco central alemão, o The Deutsche Bundesbank.

Isso demonstra que há uma tendência mundial na criação deste tipo de conselho, já que ele oferece vantagens ao país. No Brasil, por exemplo, a criação do Copom trouxe maior transparência e diversas melhorias aos processos decisórios do Banco Central.

A principal função do Copom é regular a liquidez da economia brasileira. Para isso, o órgão se responsabiliza a definir a meta para a taxa básica de juros, com o objetivo de que o Banco Central consiga controlar a inflação, estabelecer diretrizes estratégicas para a execução da política monetária e divulgar o relatório trimestral de inflação.

“A política monetária atua através do que chamamos de mecanismos de transmissão. Estabelecendo o nível de juros, a política monetária afeta os preços da economia por meio da decisão entre consumo e investimento das famílias e empresas, taxa de câmbio, crédito e das expectativas”, explica Claudia Moreno, head de Brasil da equipe econômica do C6 Bank.

Ou seja, é possível afirmar que o Copom estabelece o que mercado financeiro deve seguir e também o que a população pode esperar para a situação econômica do país nos meses subsequentes às reuniões.

decisão do Copom, portanto, impacta diretamente o dia a dia da população brasileira, incluindo os empresários e, principalmente, os investidores, como falaremos mais à frente no texto.

Quem faz parte do Copom?

O Comitê de Política Monetária é composto por presidentes e diretores do Banco Central do Brasil. A estrutura em setembro de 2022 é composta por:

  • Roberto Campos Neto (presidente);
  • Bruno Serra Fernandes (diretor de política monetária);
  • Otávio Ribeiro Damaso (diretor de regulação);
  • Paulo Souza (diretor de fiscalização);
  • Carolina de Assis Barros (diretora de administração);
  • Mauricio Moura (diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta);
  • Fernanda Guardado (diretora de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos);
  • Renato Dias de Brito Gomes (diretor de organização do sistema financeiro e de resolução);
  • Diogo Abry Guillen (diretor de política econômica).

Além dos membros citados acima, também fazem parte do Copom os chefes dos seguintes departamentos do Banco Central:

  • De Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos;
  • De Operações do Mercado Aberto;
  • Econômico;
  • De Estudos e Pesquisas;
  • Das Reservas Internacionais;
  • De Assuntos Internacionais;
  • De Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.

Qual a relação entre Copom e taxa Selic?

O Copom é responsável por estabelecer a taxa Selic para o país após uma análise da conjuntura macroeconômica nacional e internacional, conforme mencionamos na introdução.

Ou seja, ao final das reuniões, é publicada uma nota para a imprensa que divulga se a Selic foi elevada, reduzida ou mantida. Com isso, o Banco Central assume como responsabilidade movimentar diariamente as operações de mercado aberto, comprando e vendendo títulos público, para assim conseguir manter a taxa próxima do valor estipulado.  

Além disso, outro fator que está diretamente ligado à taxa de juros é o controle da inflação que, de acordo com o regime de metas de inflação estabelecido em 1999, é também de responsabilidade do Banco Central.

As metas de inflação são sempre definidas pelo Conselho Monetário Nacional também no mês de junho. O valor estimado sempre se refere a três-anos calendário à frente da data do registro.

Caso, por algum motivo, a inflação fique fora do seu intervalo de tolerância, o presidente do Banco Central deverá explicar publicamente as razões deste acontecimento. Isso deve ser feito em uma carta aberta ao Ministro da Economia, que deve conter as causas do descumprimento e as providências necessárias para retornar a inflação aos limites estabelecidos.

Calendário de reuniões do Copom

calendário Copom sempre é divulgado até o final do mês de junho do ano anterior. Ele é anunciado através do Comunicado do diretor de política monetária, podendo sofrer ajustes até o último dia do ano de sua divulgação.

De acordo com o comunicado nº 37.292, publicado pelo Banco Central no dia 18 de junho de 2021, o calendário de reuniões Copom 2022 segue as datas:

  • 1º e 2 de fevereiro;
  • 15 e 16 de março;
  • 3 e 4 de maio;
  • 14 e 15 de junho;
  • 2 e 3 de agosto;
  • 20 e 21 de setembro;
  • 25 e 26 de outubro;
  • 6 e 7 de dezembro.

Já no dia 20 de junho de 2022, no comunicado nº 38.783, o Banco Central divulgou o Calendário das Reuniões Ordinárias do Comitê de Política Monetária para o ano de 2023. As datas são:

  • 31 de janeiro e 1º de fevereiro;
  • 21 e 22 de março;
  • 2 e 3 de maio;
  • 20 e 21 de junho;
  • 1º e 2 de agosto;
  • 19 e 20 de setembro;
  • 31 de outubro e 1º de novembro;
  • 12 e 13 de dezembro.

O Relatório de Inflação é publicado também pelo Copom, porém em datas distintas, no final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro). Nele, são apresentadas as projeções para o avanço dos preços.

Como funcionam as reuniões do Copom? 

São realizadas oito reuniões anuais que, normalmente, ocorrem em dois dias seguidos. O intervalo entre os encontros é de aproximadamente seis semanas ou cerca de 45 dias. Além disso, as reuniões costumam ocorrer nas terças e quartas-feiras.

Pode haver uma reunião extraordinária, convocada pelo presidente do Banco Central, mas isso acontece apenas se houver uma alteração brusca no cenário macroeconômico.

O primeiro dia é reservado para apresentações técnicas de teor econômico. Nele, os chefes dos departamentos do Banco Central realizam uma apresentação aos membros do Comitê com os seguintes tópicos:

  • Inflação;
  • Reservas internacionais;
  • Mercado de câmbio;
  • Finanças públicas;
  • Operações de mercado aberto;
  • Balanço de pagamentos;
  • Mercado monetário;
  • Expectativas para variáveis macroeconômicas;
  • Nível de atividade.

Já o segundo dia é voltado à decisão dos membros, que precisam votar e têm seus votos divulgados ao público. Além disso, a decisão final tem como objetivo fazer com que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique alinhada com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).  

A decisão é divulgada no mesmo dia, a partir das 18h, através de um comunicado na internet e, em um prazo de até quatro dias úteis após as reuniões, é publicada a ata Copom

O que o Copom considera em suas decisões? 

São levados em consideração os seguintes fatores: 

  • Inflação;
  • Atividade econômica;
  • Contas públicas;
  • Cenário externo;
  • Nível de atividade;
  • Mercado monetário e de câmbio;
  • Operações de mercado aberto.

A ideia é manter a decisão alinhada a todo o cenário macroeconômico. Todos os dados citados acima são apresentados no primeiro dia de reunião. Após uma análise por parte de todos os membros do Comitê são apresentadas as alternativas para a taxa Selic.

Histórico Copom

Acompanhe o histórico da taxa Selic:

Data  
Período de vigência  
Meta Selic (% ao ano)  
31/1/2024
01/02/2024 - 20/03/2024
11,25%
20/3/2024
21/03/2024 - 08/05/2024
10,75%
08/05/2024
09/05/2024 - 19/06/2024
10,50%
19/06/2024
20/06/2024 - 31/07/2024
10,50%
31/07/2024
01/08/2024 - 18/09/2024
10,50%
18/09/2024
19/09/2024 - 06/11/2024
10,75%
06/11/2024
07/11/2024
11,25%

Selic no ano de 2023

Data  
Período de vigência  
Meta Selic (% ao ano)  
1/2/2023  
02/2/2023 - 22/3/2023  
13,75%  
22/3/2023  
23/3/2023 - 3/5/2023  
13,75%  
3/5/2023  
4/5/2023 - 21/6/2023  
13,75%  
21/6/2023  
22/6/2023 - 2/8/2023  
13,75%  
02/8/2023  
3/8/2023 - 20/9/2023  
13,25%  
20/9/2023  
21/9/2023 -  2/11/2023
12,75%  
01/11/2023
03/11/2023 - 13/12/2023
12,25%
13/12/2023
14/12/2023
11,75%

Selic no ano de 2022

Data
Período de vigência
Meta Selic (% ao ano)
7/12/2022
7/12/2022 31/1/2023
13,75%
26/10/2022
26/10/2022 – 6/12/2022
13,75%
21/9/2022
21/9/2022 – 25/10/2022
13,75%
3/8/2022
4/8/2022 – 21/9/2022
13,75%
15/6/2022
17/6/2022 – 3/8/2022
13,25%
4/5/2022
5/5/2022 – 16/6/2022
12,75%
16/3/2022
17/3/2022 – 4/5/2022
11,75%
2/2/2022
3/2/2022 – 16/3/2022
10,75%
8/12/2021
9/12/2021 – 2/2/2022
9,25%

Ao clicar aqui é possível conferir todo o histórico Copom desde o ano de sua implementação.

   

Como funciona o período pós-reunião? 

Assim que a taxa Selic é definida na Copom ata, o Banco Central passa a atuar em operações de mercado aberto para manter a taxa de juros próxima ao valor da reunião. Ou seja, o BCB compra e vende títulos públicos federais para manter o mercado em constante movimento.  

Para a política monetária atingir seus objetivos, o BCB publica trimestralmente o Relatório de Inflação, que analisa a evolução recente e perspectivas da economia.  

Além disso, a equipe econômica do C6 Bank divulga análises pré e pós Copom para divulgar e discutir as projeções do BCB. Veja a análise mais recente publicada no blog

Como o Copom influencia os investimentos?

O Copom influencia diretamente a grande maioria dos ativos disponíveis no mercado através das alterações na taxa Selic. Mas não só isso: a ata do Copom também é de extrema importância para os investidores. Ela auxilia na tomada de decisões para escolher o melhor tipo de investimento.

Porém, vale ressaltar que os impactos são diferenciados para investimentos de renda fixa e renda variável.

As taxas de novos títulos prefixados tendem a subir quando há uma expectativa de aumento de juros no país. Em contrapartida, os investimentos de renda fixa pós-fixados simplesmente seguem toda a movimentação da taxa Selic.

Além desse impacto direto nos investimentos de renda fixa, todas as decisões tomadas pelo Copom também impactam o mercado financeiro, influenciando as curvas de juros que precificam as operações do dia a dia do mercado acionário.

Como dito anteriormente, o cenário da taxa Selic também impacta investimentos em renda variável, seguindo o mesmo movimento que os títulos pós-fixados.

Dentre estes tipos de investimentos estão:

  • ações (a menor parcela do capital de uma empresa);
  • fundos imobiliários (FII), investimentos feitos diretamente em imóveis ou ativos relacionados ao setor imobiliário;
  • exchange traded funds (ETFs), fundos que replicam a composição de índices financeiros;
  • câmbio (que envolve aplicações baseadas em moedas ou em fundos cambiais);
  • fundos de investimento; e
  • criptomoedas.

Como diversificar com o C6 Bank

Levando em consideração os pontos levantados acima, uma boa alternativa para conseguir lucrar em meio a variados cenários de taxa de juros é investindo com o C6 TechInvest. Ele é um produto de carteira administrada oferecido pelo C6 Bank que busca a diversificação dos investimentos através do balanceamento de ativos nacionais e internacionais.  

A melhor parte é que o algoritmo monitora constantemente as mudanças do mercado, como uma alta na Selic, ajustando sempre que necessário a carteira para conseguir alcançar a melhor rentabilidade.

Para ter acesso, basta o cliente acessar o app, clicar em “C6 Invest” e depois em “C6 TechInvest”. Na sequência é necessário responder ao suitability para a plataforma conseguir identificar os objetivos e riscos dos investidores.

Com investimento mínimo de R$ 1 mil e taxa de administração de 0,7% ao ano sobre o total investido, o investidor poderá modificar o que foi sugerido sempre que quiser, além de conseguir aumentar ou diminuir a exposição em determinados ativos.

Títulos de Renda Fixa pós-fixados também podem ser uma boa alternativa em momentos de alta na taxa de juros, uma vez que automaticamente passam a render mais cada vez que o Copom decide elevar a Selic. No C6 Bank, contamos com 9 CDB com rendimento atrelado ao CDI, com investimento mínimo a partir de R$ 20.

Como os economistas do C6 Bank analisam as atas das reuniões do Copom?

A equipe econômica do C6 Bank sempre acompanha as decisões tomadas na reunião Copom. Para isso, publica no blog diversos relatórios: pré e pós Copom para analisar se a decisão sobre a Selic veio em linha com o que toda a equipe e o mercado esperava.

“Quando o Banco Central divulga o comunicado da decisão, a primeira coisa é ver se ela está em linha com o que esperávamos, ou seja, se os juros subiram, caíram ou se mantiveram parados. Em segundo lugar, analisamos as sinalizações sobre as decisões futuras de juros. Isso porque o BCB tem dado sinais claros sobre o que pretende fazer na reunião seguinte”, explica Claudia Moreno, head de Brasil da equipe econômica do C6 Bank.

Um exemplo desta prévia é que na reunião de junho do Copom foi sinalizado um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, para a reunião seguinte. Ou seja, de 50 ou 25 pontos-base.

Por último, mas não menos importante, a equipe econômica do C6 Bank analisa o comunicado Copom como um todo. O objetivo é tentar entender quais os rumos futuros da política monetária. Ou seja, são observadas as mudanças nas projeções do BCB para inflação e também como a instituição está observando os principais riscos do cenário.  

Quando a ata Copom é divulgada, há uma análise muito semelhante. “Tentamos observar se a ata traz mais informações sobre a decisão do Banco Central. Quais foram os debates durante a reunião? Foi discutido tomar uma decisão diferente da que foi feita? Isso porque o Comitê pode, por exemplo, ter discutido se seria oportuno subir os juros em 25 pbs ao invés de 50 pbs, mas no final decidiu por 50. Tudo nos ajuda a entender o que chamamos de função de reação do Banco Central”, complementa Claudia.  

Como são feitas as projeções do C6 Bank antes das reuniões?

Sempre que uma nova reunião do Copom se aproxima, a equipe econômica do C6 Bank se adianta e prepara um relatório para comunicar qual a expectativa para a taxa Selic.

Para esta análise, alguns pontos são levados em consideração para uma estimativa mais próxima do real.

“Analisamos a comunicação do Banco Central nos documentos oficiais e em outras comunicações, como participações de diretores em eventos sobre macroeconomia. Além disso, acompanhamos os dados econômicos para entender qual será a reação do BCB a eles. A transparência da instituição em relação a como suas projeções são feitas também ajuda nesse processo. Com isso, fazemos simulações de como a mudança nas variáveis observadas afetam as projeções de inflação”, finaliza Claudia.

Agora você conhece melhor o Comitê de Política Monetária, além de entender como funcionam suas reuniões e a tomada de decisões relacionada à taxa básica de juros. Dessa forma, fica mais fácil de acompanhar todas as atas que são publicadas e também de entender os relatórios pré e pós-Copom que são publicados pelos economistas do C6 Bank aqui no blog. Por fim, também foi possível entender qual o impacta das decisões do Copom sobre os investimentos, permitindo que você esteja sempre preparado para encontrar o melhor caminho para alcançar uma boa rentabilidade.

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