Confira algumas dicas que separamos para facilitar na análise de instituições que se comprometeram com as práticas ESG
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O termo ESG para Environmental, Social and Governance foi usado pela primeira vez há mais de 20 anos, porém caiu na popularidade das empresas recentemente. Segundo levantamento do Google Trends, em setembro de 2022, a busca por este assunto cresceu mais de 1200% no Brasil apenas nos últimos dois anos.
E não para por aí. Um levantamento do IBM Institute for Business Value (IBV) de maio deste ano mostrou que a sigla ESG é tratada como prioridade máxima por 48% dos CEOs brasileiros, representando um aumento de 65% em relação ao ano anterior.
“Hoje em dia, não existe mais espaço para as empresas que não se preocupem com o que estas letras representam: a sustentabilidade ambiental, cuidando do planeta para que ele se mantenha viável; a social, construindo uma sociedade que funcione para todos; a governança, construindo uma empresa ética e transparente. Os consumidores estão muito atentos e privilegiam as empresas que valorizam estes aspectos, fazendo com que estas sejam aquelas que sobreviverão no longo prazo”, complementa Marina Mancini, responsável pela área de Impacto do C6 Bank.
Porém, mesmo com tamanha abrangência do termo, ainda não há um documento oficial, obrigatório e específico com as melhores práticas ESG nas empresas, sejam elas de capital aberto ou não.
Um estudo realizado pela PwC, empresa de auditoria, mostrou que 26 (39%) das 67 empresas que divulgam relatórios não participam de nenhum índice vinculado a questões de sustentabilidade. Cerca de 24% participam de ao menos um e 37% têm ações listadas em mais de um índice.
Pensando em criar uma forma de avaliar empresas que adotam práticas ESG, a Comissão de Valores Mobiliários publicou no final do ano passado uma alteração das regras do formulário de referência, documento obrigatório às companhias abertas. Nela, houve a ampliação da exigência de divulgação de informações sobre os aspectos ambientais, sociais e de governança.
Estas novas regras vão começar a valer apenas em 2023 e os dados devem ser referentes a 2022. Porém, para compensar a inexistência de formas de avaliação, o C6 Bank preparou este texto para ajudar você – investidor ou cliente – a analisar empresas ESG. Nele você encontrará as respostas para as seguintes questões:
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ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que na tradução em português é Ambiente, Social e Governança Corporativa.
O principal objetivo dos princípios ESG é estimular o desenvolvimento sustentável nas empresas para que elas estejam em harmonia com o ambiente, desenvolvam ações em conjunto com colaboradores, consumidores e toda comunidade impactada, e garantam direitos através das regras de governança corporativa.
O termo surgiu em 2004 após uma provocação de Kofi Annan, então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a 50 CEOs de instituições financeiras. Na época, ele criou um questionamento de como empresas poderiam atuar através da integração de fatores ambientais, sociais e de governança.
Nos últimos anos, o ESG se popularizou e caiu no vocabulário das instituições. A grande diferença para quando foi criado é que antigamente as estratégias não eram centrais das empresas e agora são lideradas por membros decisivos das organizações.
Para facilitar a compreensão da ESG sigla, vamos destrinchá-la. Confira:
Como dito anteriormente, o tema ESG é muito novo para a grande maioria de empresas brasileiras. Justamente por isso é bem difícil acompanhar e avaliar os resultados.
Hoje em dia, a maior referência que as instituições têm são os ratings das agências de classificação. Porém há algumas ressalvas em relação a eles:
Confira a seguir algumas dicas que separamos para ajudar a avaliar as empresas ESG:
Independente se uma organização escolha atuar nos âmbitos ambientais, sociais ou de governança, é importante que ela tenha isso muito claro para pensar nas ações necessárias para alcançar os resultados estipulados.
“Os temas prioritários para a companhia costumam surgir de forma orgânica, porque são relevantes para as pessoas que estão dentro da empresa, seus clientes, fornecedores e parceiros. Para diagnosticar essas prioridades, um bom instrumento é a análise de materialidade, que identifica as questões ambientais, sociais e de governança que são importantes para o negócio e, ao mesmo tempo, relevantes para os stakeholders”, explica Marina Mancini.
Conforme vão sendo colocados os planos em prática, é importante analisar se a empresa não perdeu o nexo e acabou indo para outro âmbito.
“A grande maioria das empresas que valorizam temáticas em prol do meio ambiente, sociedade ou governança, desenvolvem ações e reportam iniciativas ou métricas em relatórios públicos ou em seus canais de comunicação. Acompanhar esses conteúdos é uma ótima forma que o público em geral tem para entender quais pilares do ESG são prioridade para as companhias e o que está sendo feito por elas”, complementa Marina.
Portanto, somente através da definição e divulgação das mudanças pretendidas por uma organização é que será possível começar a mensurar os resultados.
Tendo claro o que uma empresa deseja alcançar através das práticas ESG e quais são as estratégias necessárias para a mudança, é hora de escolher como será feito o acompanhamento para identificar ou não o progresso.
Dica: use os resultados pretendidos como pontos de referência para definir os indicadores de desempenho e faça um acompanhamento quinzenal ou mensal.
Para isso, é preciso analisar todos os dados resultantes do relatório ESG, sejam eles de curto, médio ou longo prazo, e até mesmo positivos ou negativos.A avaliação é de extrema importância, pois é através dela que novas decisões poderão ser tomadas, práticas podem ser melhoras e toda a população impactada ficará sabendo dos impactos gerados pelas ações.
Há diversas formas de fazer uma análise, como:
Para facilitar as avaliações, também é possível seguir as Diretrizes para a Prática de Avaliação no Brasil, publicadas pela Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação (RBMA). Elas apontam quatro características desejáveis:
A comunicação dos resultados é de extrema importância para colaboradores, financiadores, comunidade onde a empresa opera e possíveis investidores. É somente com ela que o público poderá entender os números relacionados às práticas ESG.
Além disso, ao avaliar as empresas, é preciso entender se elas têm um espaço voltado para equipes e gestores aprenderem com os resultados das ações que foram colocadas em prática.
Tudo isso porque a comunicação influencia na reputação das organizações, sendo decisiva para investidores e até mesmo para criar algum tipo de desconfiança em torno do greenwashing, política usada apenas como marketing para atrair determinado público.
Além disso, o comprometimento com bons processos avaliativos é uma forma de incentivar as empresas a demonstrar seu potencial transformador, qualificando todas as ações ESG.
Hoje em dia existem alguns índices para avaliar as companhias ESG. Com eles, os investidores podem acompanhar a performance de cada organização na Bolsa de Valores, além de decidir se vão ou não investir nos fundos ESG passivos, ETFs (Exchange Traded Funds que alocam capitam em organizações aliadas a práticas ESG).
Confira os principais índices do mercado:
Greenwashing é um termo em inglês para “lavagem verde” e foi criado para indicar práticas sustentáveis falsas de empresas, indústrias, organizações não governamentais e governos.
Com a popularização das ações ESG, este termo voltou a ser usado, já que muitas instituições afirmam estar dentro das práticas, quando na verdade não estão.
Um exemplo de greenwashing é quando uma empresa que nunca se preocupou com o meio ambiente começa a lançar produtos biodegradáveis e com matéria-prima de origem controlada para estar por dentro do assunto do momento. Porém, na prática, este produto costuma ter baixa representatividade no faturamento da companhia, reforçando a ideia de que foi criado como uma bandeira para vincular a marca à tendência.
Caso esteja na dúvida se o produto que está pensando em comprar é realmente sustentável, é necessário fazer um estudo e compreender o comportamento da empresa, analisando se:
“O C6 Bank nasceu com o propósito de fazer parte da vida das pessoas e isso deve ser feito com muita responsabilidade e zelo. O time é muito engajado nessas temáticas e a preocupação é algo genuíno entre os colaboradores. A área de Impacto, por exemplo, existe desde o lançamento do banco em 2019 e temos o papel de ajudar a organizar as iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável, mas não é algo que fazemos sozinhos. Sempre somos provocados pelos colaboradores do que podemos fazer para avançar na temática e impactar positivamente as pessoas e o planeta”, finaliza Marina.
Confira a seguir algumas das nossas práticas ESG:
Agora você já sabe o significado da sigla ESG, além de aprender a avaliar empresas comprometidas com os pilares de meio ambiente, social e governança corporativa. Além disso, pode compreender todas as nossas iniciativas para se adequar ao termo.
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