Com os BDRs é possível investir em grandes empresas estrangeiras, como Amazon, Apple e Netflix, por exemplo
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Investimentos no exterior ainda são motivo de receio para muita gente – seja pela sensação de dificuldade ou pelo desconhecimento de como fazer esse tipo de aplicação. Apesar de existir de fato um grau de dificuldade, existem opções mais acessíveis para quem deseja diversificar a carteira. É o caso dos Brazilian Depositary Receipts, conhecidos como BDR, que possibilitam a investidores locais aplicar em grandes empresas estrangeiras como Amazon, Apple, Netflix e Google, por exemplo.
Ao longo do texto a seguir, vamos falar de forma um pouco mais aprofundada sobre o que são os BDR e o funcionamento desse produto. Responderemos aqui as seguintes questões:
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Os BDR podem ser traduzidos como recibos de depósitos mobiliários. De forma geral, são certificados de depósito que representam ações de empresas estrangeiras, listadas em bolsas no exterior, mas que são negociados na forma de recibos dos papéis dessas companhias na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Podem ser vistos como uma forma indireta de investir em ativos estrangeiros, baseada em documentos representativos.
A grande vantagem dos BDR é o fato de que eles permitem que o investidor se exponha ao mercado internacional sem a necessidade de criação de contas no exterior. Isso pode ser interessante caso a pessoa busque centralizar seus investimentos somente no Brasil mas se expor a mercados no exterior, por exemplo.
Até 1° de setembro de 2020, os BDR estavam disponíveis apenas para investidores qualificados, ou seja que declaravam possuir mais de R$ 1 milhão aplicados – no entanto, agora qualquer pessoa pode negociá-los, o que tornou o mercado desse produto muito mais acessível. Alguns dos certificados mais popularesna B3 são os da Apple, Amazon, Microsoft e Tesla.
O funcionamento dos BDR e a forma como eles geram renda se assemelham ao das ações: você pode comprá-los ou vendê-los diretamente na bolsa. No entanto, há uma diferença importante: no caso dos certificados, isso não faz com que você se torne sócio da empresa. Apesar disso, ainda é possível lucrar com a valorização das ações da companhia no exterior, além de ter direito a usufruir dos dividendos, eventualmente.
Em todo caso, ao adquirir um BDR de determinada empresa, você passa a ser dono de um recibo que tem lastro nas ações de tal instituição, cuja rentabilidade vai variar de acordo com o desempenho do ativo original.
Na prática isso significa que, se você comprou BDR de um negócio que tem capital aberto na bolsa de NASDAQ, por exemplo, sua rentabilidade dependerá do desempenho dos papéis dessa instituição na bolsa estrangeira, e não na B3. Além disso, como os BDR também dependem da cotação do dólar – embora sejam negociados em reais –, você poderia lucrar ainda mais em um cenário de valorização dos dois itens (a moeda americana e o ativo da empresa na bolsa estrangeira).
Quem assegura que todo esse processo ocorra sem problemas é uma instituição chamada de depositária, responsável pela compra das ações de diversas empresas no exterior e pela posterior emissão dos BDR dessas companhias no país. Também é dela o papel de evitar que o número de ações mantidas no exterior e o de BDR negociados seja sempre igual, bem como cumprir todas as exigências regulatórias da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para entender o funcionamento desse produto, também é importante compreender as suas características. A principal delas diz respeito a como eles se agrupam: podem ser patrocinados ou não patrocinados, dependendo da forma de sua emissão e de como são introduzidos no mercado brasileiro. Explicaremos cada tipo com mais detalhes no tópico a seguir.
Um BDR patrocinado, de acordo com a definição da B3, “é emitido por uma instituição depositária contratada pela companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários”. Essa categoria é, ainda, subdividida em 3 níveis (I, II e III).
O nível I é caracterizado pela não necessidade do registro da empresa na CVM, podendo ser negociados somente em segmentos específicos ou não organizados.
Já os BDR de níveis II e III são mais similares, necessitando do registro na Comissão e podendo ser negociados no pregão da bolsa e em balcões organizados. Se diferenciam no fato de que BDR patrocinados de nível II podem se referir somente a ofertas públicas com esforços restritos, enquanto as de nível III podem ser amplas.
De maneira oposta, os BDR não patrocinados são aqueles emitidos sem envolvimento da empresa emissora, e só possuem o nível I. São eles que representam a maioria dos certificados disponíveis na Bolsa, atualmente.
A resposta é simples: eles são uma forma prática de diversificar sua carteira de investimentos, através da exposição a mercados internacionais. Promover a diversificação entre as categorias de produtos é importante, mas também é relevante observar o risco de concentrar investimentos em um único local.
Se todas as suas aplicações estão centralizadas no Brasil, por exemplo, um crescimento da inflação local provavelmente afetaria mais a você do que a outro investidor que adquiriu produtos no mercado internacional.
Além disso, o desempenho dos BDR também está atrelado à cotação do dólar, o que significa que, ao investir neles, o investidor também está se protegendo em uma eventual desvalorização do real. Adicionalmente, isso também significa que é possível obter lucro a partir da valorização do dólar, quantia que pode se somar à obtida pela valorização dos papéis no exterior a que os BDR se referem.
Vale lembrar: apesar de a diversificação ser um conceito chave para qualquer investidor, você deve levar em conta fatores como o seu perfil, sua tolerância a risco (considerando que os BDR são produtos de alto risco, em função de sua dupla volatilidade, relacionada tanto ao desempenho dos papéis em bolsas estrangeiras quanto à cotação do dólar), seus objetivos, entre uma série de outros pontos.
É sempre positivo ficar atento aos custos de um investimento, sejam eles taxas ou impostos. No caso dos BDR, o interessado pode precisar arcar com custos como taxa de corretagem, taxa de custódia, emolumentos, bem como a tributação pelo Imposto de Renda que, para este produto, tem alíquota de 15% sobre o ganho obtido.
A boa notícia é que, se você optar por investir em BDR através do C6 Bank, isso pode ser feito sem sofrer a cobrança dos dois primeiros itens, abrangendo somente os emolumentos – cobrados pela B3 – e a tributação do IR.
O C6 Bank é o banco da sua vida. Por conta disso, estamos sempre pensando em maneiras de atender aos seus desejos e necessidades – e não é diferente neste caso. Para quem deseja investir em BDR, apresentamos o C6 Invest.
O C6 Invest é uma plataforma construída pelo C6 Bank para quem deseja fazer investimentos no Brasil de forma prática, rápida e personalizada, tudo através do nosso app – e para quem deseja investir em BDR, é possível fazer isso usando nosso home broker.
Para realizar o procedimento é simples e fácil. Aprenda como fazer:
A partir daí, é só escolher o BDR que você deseja adquirir. Simples, não?
Vale notar: só é possível fazer essas transações de compra ou venda quando a Bolsa está aberta, seu horário varia ao longo do ano, mas costuma ser das 10h às 17h. Além disso, tenha em mente que, mesmo após a liberação para o público geral, os BDR não são um investimento de alta liquidez, haja vista que negociações desse produto são menos comuns no Brasil.
Por fim, tenha atenção: cada BDR tem um ticker específico, o que significa que você precisa estar atento para que não lance a ordem de compra de um ativo indesejado.
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