Aumento da incerteza não altera plano de voo do Copom

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

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O Banco Central divulgou nesta terça-feira (26) a ata das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 19 e 20 de março, apresentando mais detalhes sobre a decisão de política monetária.

Felipe Sales, Head da equipe econômica do C6 Bank, de braços cruzados, usando uma camiseta preta
Felipe Sales, Head da equipe econômica do C6 Bank. Foto: Wanezza Soares.

No comunicado em que anunciou a decisão, o Copom alterou a sinalização sobre os próximos passos: ele afirmou que o corte dos juros deve ser de 50 pontos-base na próxima reunião (em maio), mas retirou a sinalização de cortes da mesma magnitude na reunião subsequente (no caso, a de junho), buscando com isso ganhar mais flexibilidade.

No texto divulgado hoje, o Comitê traz um discurso duro em relação a perspectiva de desinflação à frente, mas mantém a visão de que o cenário base segue basicamente inalterado.

Ao longo do texto, o Comitê traz os motivos para o aumento da incerteza no cenário internacional e doméstico. No contexto externo, ele afirma que “o cenário desinflacionário se mostra mais incerto, em função de um contexto de atividade resiliente nos Estados Unidos”.

No âmbito doméstico, o Comitê adotou um tom mais preocupado em relação a continuação da desinflação de serviços à frente. Segundo a autoridade monetária “esse aumento de incerteza prescreve cautela na condução de política monetária”. Essa mudança abre espaço para uma possível redução no ritmo de cortes à frente, mesmo que a taxa terminal se mantenha inalterada.

Em outro trecho relevante, “alguns membros” defenderam um corte de juros de 25 pontos-base na reunião de junho, caso a incerteza prospectiva permaneça elevada. O termo “alguns” é importante, pois denota uma parte minoritária do Comitê. Na nossa visão, isso deixa implícito que o restante dos membros, que é a maioria, segue acreditando que o cenário de dois cortes de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões é o mais provável.

Projetamos Selic em 9,25% ao final de 2024 e em 8,5% ao final de 2025. Acreditamos que o texto da ata mantém a sinalização indicada no comunicado da decisão de um novo corte de juros de 50 pontos-base na reunião de maio e indica que, por ora, o mais provável é um corte de mesma magnitude para a reunião de junho.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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